Vou contar um pouco da história de uma das montadoras que ainda faz parte na história do motociclismo no brasil, apesar de não ser mais fabricada, existem vários adeptos e apaixonados pela marca com modelos que marcaram época.
A Agrale é uma empresa brasileira com sede em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, que pertence ao Grupo Francisco Stédile, quando adquiria a Indústria Gaúcha de Implementos e Máquinas Agrícolas S.A., AGRISA, e a transferia para Caxias do Sul, RS em em 14 de outubro de 1965. Produzindo motores a diesel, tratores, caminhões leves, chassis para ônibus, além de um utilitário esportivo e militar, o Marruá. Produziu também motocicletas em uma unidade já desativada em Manaus.
Nos últimos tempos, a Agrale Amazônia S.A é a divisão de motocicletas da Agrale S/A., ainda pertencente ao Grupo Francisco Stedile, que engloba as empresas Agrale e suas subsidiárias (Agrale Amazônia e Agrale Montadora), Lavrale, Fazenda Três Rios, Germani Alimentos e Agritech (Yanmar Tratores). Por meio de um acordo tecnológico com a empresa italiana Cagiva, a Agrale é detentora das marcas Husqvarna e MV-Augusta, distribuídas no Brasil.
O parque industrial da empresa, composto de equipamentos de última geração e tecnologia européia está montado em uma área construída 5.560 metros quadrados, onde são montadas as motocicletas e scooters.MOTOCICLETAS
Em 1983 deu início à produção de motocicletas e ciclomotores, após a aquisição da fábrica de ciclomotores Alpina e do acordo com a italiana Cagiva SPA, descontinuada em maio de 2006, dos quais foram produzidas 100 mil unidades. Os principais modelos fabricados foram:
Agrale SXT 16.5, SXT 27.5, Elefant 27.5, Dakar 30.0, Explorer, SST e Elefantre.
Agrale SXT 16.5
As Agrales não decolaram logo de início. Havia problemas de qualidade e muitos se decepcionavam com o baixo torque do motor de 125 cm3. Com tecnologia Cagiva, a Agrale foi conquistando seu espaço nas ruas e, sobretudo, nas trilhas, com a moderna tecnologia de motores dois-tempos com alta potência específica e o temperamento quente habitual dos veículos italianos: com esses predicados a Agrale conquistou seu espaço (ainda que pequeno) do mercado nacional para suas motos de uso misto das linhas SXT/Elefant e Elefantré.
Para melhorar a robustez e a qualidade, muitos componentes e sistemas foram revistos, entre eles pistão, biela, radiador, vedação da bomba dágua, válvula termostática e filtro de ar. E surgia a Explorer (logo renomeada 27.5 E, pois o nome rava de propriedade da Yamaha), versão da SXT 27.5 preparada de fábrica para o fora-de-estrada e as competições de enduro, que se tornaria grande sucesso.
Mas as outras Agrales começavam a perder atrativos, indicando a necessidade de uma renovação da linha, conforme os passos da Cagiva com sua Elefantre - fusão das palavras elefant e tre, ou três em italiano. Lançada em março de 1989, a Elefantre marcava um segundo tempo para a Agrale, até mesmo pela origem: era fabricada em Manaus, AM, em uma nova fábrica de 6.000 m² construída para usufruir de benefícios fiscais do governo, que compunham o PPB ou Processo Produtivo Básico. Suas linhas eram modernas e atraentes, com predomínio de retas e ângulos, um tanque amplo - mas menos incômodo às pernas do piloto que o da Elefant - e um banco que o envolvia. Detalhes interessantes eram a barra de alumínio que enrijecia o pára-lama dianteiro e o painel, um bonito e bem iluminado CEV italiano.
Em 1993 o mercado de motos era agitado por uma nova fase do PPB, permitindo às fábricas montar em Manaus motos com componentes importados, sem o imposto correspondente, por um período limitado. Para a Agrale isso representou grandes mudanças, começando pela Husqvarna WR 250 e a Cagiva Super City 125, passando por modelos maiores do grupo (incluindo MV Agusta) e chegando à pequena Legion 125, com motor de quatro tempos.
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